Por: Mauro Mendes Dias
Este artigo reedita uma palestra ministrada por seu autor no colóquio realizado em Paris pela instituição Insistance, em 2016, partindo de que não basta constatar a presença do ódio como paixão dominante em nossa época, restando, ainda, esclarecer sua estrutura, sua montagem. O ódio comparece pela explosão dos homens-bomba, tanto quanto pela presença de sujeitos que explodem as condições do diálogo, em ambos os casos como integrantes de uma mesma política, fundamentada na vociferação, que se dá pela retirada da voz do sujeito. Se o crítico momento atual conduz a não priorização do que diz quando se fala em em democracia, entra em campo a função do psicanalista de se sustentar numa prática, ou seja, não se trata somente de mostrar o impasse, mas também as formas e as articulações para lidar com ele, seu tratamento.