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O poder na Psicanálise e a (im)potência do analista: a ideologia lacaniana
Responsável pelo grupo: Cláudio Akimoto
Frequência: Encontros quinzenais, às segundas-feiras, das 14h às 15h30
Participantes: Edson Rodrigues Neto, Pedro Paiva Ferreira, Allan Waki de Oliveira Resumo da pesquisa:
A pesquisa visa uma investigação acerca do tema do poder no âmbito da prática psicanalítica e seus efeitos nos campos da clínica, da formação do psicanalista e da política. Tomamos como ponto de partida a asserção de Lacan, em seu texto A Direção do Tratamento e os Princípios de seu Poder (1958/1998), em que afirma: “Pretendemos demonstrar como a impotência em sustentar autenticamente uma práxis reduz-se, como é comum na história dos homens, ao exercício de um poder” (grifos nossos). Lacan situa a questão do poder na prática psicanalítica, não como algo que se trataria de eliminar ou neutralizar – o que seria impossível – mas sim como algo a ser manejado, em uma certa relação com o modo como pode cada psicanalista sustentar sua prática. Sendo nos fracassos de uma sustentação autêntica da práxis, que poderiam ser localizados seus possíveis efeitos iatrogênicos e de abuso de poder.
Como proposta para abordagem do tema, tomaremos como texto-guia o livro The Desire of Psychoanalysis, de Gabriel Tupinambá. Nesse texto o autor traça um percurso de elaboração para localizar os impasses e tensões no atual estado das relações entre os campos da Psicanálise e da Política. A partir da leitura do livro de Tupinambá – e com apoio das bibliografias complementares – buscaremos uma formulação possível de questões pertinentes, capazes de interrogar criticamente a idéia de uma “ideologia lacaniana” – tal qual formulada por Tupinambá – e localizar caminhos possíveis de desdobramento aos possíveis impasses entre psicanálise, poder e política.
Bibliografia:
TUPINAMBÁ, G. (2021). The Desire of Psychoanalysis: Exercises in Lacanian Thinking. Northwestern University Press.
Bibliografia de apoio:
Lacan, J. (1958/1998). A direção do tratamento e os princípios de seu poder.
Dias, M. M. (2020) O Discurso da Estupidez. Editora Iluminuras
Agamben. G. (2005). O que é um dispositivo? Outra travessia: Revista de Literatura,
5, p. 9-16. Recuperado de https://periodicos.ufsc.br/index.php/Outra/issue/view/1201
Akimoto Júnior, C. K. (2016). Potencial Iatrogênico da Psicanálise. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. Frosh, S.
(2008). For and against psychoanalysis. Routledge.
Vitorello, D. M. (2015). Autenticidade: o psicanalista entre Ferenczi e Lacan (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo).
Althusser, L. (1970). Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. Lisboa: Biblioteca Universal Presença.
MALEVAL, J-C. A psicanálise provoca patologias iatrogênicas? In: MILLER, J.-A. (Org.) Ornicar? 1. De Jacques Lacan a Lewis Carroll. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003, p.44- 56.2