Por Mauro Mendes Dias
A introdução do desejo do analista e da sublimação ao final do Seminário 6 evidenciou um além do desejo do Outro, como desejo do sujeito. As reelaborações de Freud e Lacan destacaram a interpretação como o elemento principal do tratamento psicanalítico que permite experimentar o desejo
de uma forma que não se restringe apenas em não manter o recalcado. Ao nomear o grafo do desejo,
Lacan evidenciou que o desejo é o efeito de quatro relações com efeitos sobre o sujeito que ali
comparece como sujeito do desejo. Enfocando a dialética do desejo o artigo sugere que o desejo do
analista é uma referência que permite situar a passagem do desejo e sua interpretação para a ética da
Psicanálise, hipótese através da qual se esclarecem os motivos pelos quais Lacan se valeu da tragédia,
em que os personagens que a sustentam viram nome próprio.