Por Manuela Borghi Crissiuma
Neste trabalho, proponho articular uma via de leitura possível a partir da psicanálise lacaniana para o que abordo como sendo a lógica da misoginia. Investigo, no texto, o que é dito sobre as mulheres diferenciando a pressuposição do que é o Ser delas e o que é falado sobre elas. Exploro como o homem e a mulher em Lacan podem ser pensados através do conceito da “relação sexual não existe”, sendo esse um impasse necessário para a desproporção e não simetria entre sujeito e objeto. Defendo que a lógica misógina se desdobra em essencializações sobre as mulheres que tanto a idealizam como a degradam, sendo os dois movimentos parte de uma mesma face moebiana, assim como a noção da paixão do amor e do ódio em Lacan.