Por: Daniela Tankevicius Ferraz
Com um forte e poderoso conteúdo crítico, Lacan escreve seu texto “Variantes do Tratamento Padrão” contrapondo-se a noção de tratamento e cura defendida pela IPA, afirmando haver uma dificuldade, ou uma má-fé, da parte dos psicanalistas para trazer à luz de suas práticas e produções os princípios da psicanálise. Salientamos que o autor analisa o profundo desconhecimento que reinava nas sociedades de psicanálise sobre os fundamentos das técnicas psicanalíticas, além da prevalência do ego do analista, o qual faz difícil a tarefa de renunciar a de seu lugar privilegiado de detentor das “verdades indiscutíveis”. Este texto é apresentado acompanhando e comentando as quatro partes do percurso de Lacan em seu escrito: Uma questão morcego: examiná-la às claras; Da via do psicanalista à sua manutenção considerada em seu desvio; Do Eu na análise e de sua finalidade no analista; O que o psicanalista deve saber: ignorar o que ele sabe.